21 de outubro de 2013

As plantas e seus órgãos


As plantas e seus órgãos têm sido utilizados pelos humanos desde a antiguidade para os mais diversos fins. Destaco três utilidades atuais pertinentes à sociedade levando em consideração o seu desenvolvimento. Um dos grandes problemas enfrentados hoje é a quantidade de plástico feito a partir de petróleo utilizada. Por ser um material muito barato, mas de alta durabilidade, seu uso tem sido discutido. Entre as alternativas elaboradas para mitigar este problema está a exploração dos popularmente chamados bioplásticos biodegradáveis, por exemplo aqueles produzidos a partir do amido do milho, da mandioca ou da batata, da celulose e de óleos vegetais. Grande enfâse tem sido dada aos polihidroxialcanoatos (PHA), poliésteres lineares produzidos naturalmente por diversos organismos, conjugados com fibras vegetais (Snell e Peoples, 2009). A utilização de "plásticos" derivados de plantas permite a diminuição do uso de petróleo, além da criação de embalagens mais amigáveis ao ambiente. 


Outra utilidade das plantas explorada atualmente é a fabricação de combustível, como o etanol derivado da fermentação dos carboidratos do milho e da cana-de-açúcar e o biodiesel produzido através da transesterificação de óleos vegetais, como os óleos de soja e girassol (Matthews, 2009). O desenvolvimento dos chamados biocombustíveis visa encontrar alternativas aos combustíveis fósseis, que são fontes de energia não-renovável e extremamente poluidoras. Entretanto, existe a preocupação da utilização do solo e da água com culturas não destinadas à alimentação, já que é preciso uma grande quantidade de biomassa vegetal para suprir a atual demanda de energia. Uma alternativa a esse problema seria a produção de biocombustível a partir de microalgas marinhas, o que tem sido pesquisado por diversas empresas, incluindo a Petrobrás.


As propriedades medicinais dos vegetais, conhecidas e exploradas pelos diferentes povos há muito tempo, continuam a ser amplamente estudadas, enfocando-se principalmente as suas capacidades antioxidantes. Acredita-se que o envelhecimento natural ocorra devido ao estresse oxidativo gerado como consequência da utilização de oxigênio pelas células para a obtenção de energia, um processo chamado de pró-oxidante. Para combater este processo, as células possuem um sistema inerente de defesa antioxidante. Algumas substâncias encontrada nos vegetais também possuem capacidade antioxidante, prevenindo e diminuindo os danos causados pelo processo de oxidação (Pantey e Risvi, 2009). Entre essas substâncias estão o resveratrol, encontrado nas uvas e presente em abundância nos vinhos, o caroteno encontrado na cenoura, a vitamina C presente nos frutos cítricos, os flavonóides, como a isoflavona da soja, e os polifenóis, como aqueles encontrados no chá verde (Gupta e Sharma, 2006). Muitas outras plantas e seus órgãos possuem propriedades antioxidantes, sendo utilizados em diversas pesquisas científicas, em especial naquelas que concernem doenças do sistema nervoso.
       


O mundo vegetal guarda mistérios ainda desconhecidos pela humanidade, de forma que devemos continuar em busca de novas utilidades para as plantas, porém sempre com a consciência de proteger o ambiente.

Bibliografia:

Gupta, V.K., Sharma, S.K., 2006. Plants as natural antioxidants. Nat Prod Rad. 5, 326-334.
Mathews, J.A., 2009. From the petroeconomy to the bioeconomy: integrating bioenergy production with agricultural demands. Biofuels, Bioprod Bioref. 3, 613-632.
Pantey, K.B., Risvi, S.I., 2009. Plant polyphenols as dietary antioxidants in human health and disease. Oxid Med Cell Longev. 2, 270-278.
Snell, K.D., Peoples, O.P., 2009. PHA bioplastic: A value-added coproduct for biomass biorefineries. Biofuels, Bioprod Bioref. 3, 456-467.

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