As plantas e seus órgãos têm
sido utilizados pelos humanos desde a antiguidade para os mais diversos fins.
Destaco três utilidades atuais pertinentes à sociedade levando em
consideração o seu desenvolvimento. Um dos grandes problemas enfrentados hoje é
a quantidade de plástico feito a partir de petróleo utilizada. Por ser um
material muito barato, mas de alta durabilidade, seu uso tem sido discutido. Entre
as alternativas elaboradas para mitigar este problema está a exploração dos
popularmente chamados bioplásticos biodegradáveis, por exemplo aqueles
produzidos a partir do amido do milho, da mandioca ou da batata, da celulose e de óleos vegetais. Grande enfâse
tem sido dada aos polihidroxialcanoatos (PHA), poliésteres lineares produzidos
naturalmente por diversos organismos, conjugados com fibras vegetais (Snell e
Peoples, 2009). A utilização de "plásticos" derivados de plantas
permite a diminuição do uso de petróleo, além da criação de embalagens mais
amigáveis ao ambiente.
Outra utilidade das plantas explorada
atualmente é a fabricação de combustível, como o etanol derivado da fermentação
dos carboidratos do milho e da cana-de-açúcar e o biodiesel produzido através
da transesterificação de óleos vegetais, como os óleos de soja e girassol
(Matthews, 2009). O desenvolvimento dos chamados biocombustíveis visa encontrar
alternativas aos combustíveis fósseis, que são fontes de energia não-renovável
e extremamente poluidoras. Entretanto, existe a preocupação da utilização do
solo e da água com culturas não destinadas à alimentação, já que é preciso uma
grande quantidade de biomassa vegetal para suprir a atual demanda de energia.
Uma alternativa a esse problema seria a produção de biocombustível a partir de
microalgas marinhas, o que tem sido pesquisado por diversas empresas, incluindo
a Petrobrás.
As propriedades medicinais dos
vegetais, conhecidas e exploradas pelos diferentes povos há muito tempo,
continuam a ser amplamente estudadas, enfocando-se principalmente as suas
capacidades antioxidantes. Acredita-se que o envelhecimento natural ocorra
devido ao estresse oxidativo gerado como consequência da utilização de oxigênio
pelas células para a obtenção de energia, um processo chamado de pró-oxidante.
Para combater este processo, as células possuem um sistema inerente de defesa
antioxidante. Algumas substâncias encontrada nos vegetais também possuem
capacidade antioxidante, prevenindo e diminuindo os danos causados pelo
processo de oxidação (Pantey e Risvi, 2009). Entre essas substâncias estão o
resveratrol, encontrado nas uvas e presente em abundância nos vinhos, o
caroteno encontrado na cenoura, a vitamina C presente nos frutos cítricos, os
flavonóides, como a isoflavona da soja, e os polifenóis, como aqueles
encontrados no chá verde (Gupta e Sharma, 2006). Muitas outras plantas e seus
órgãos possuem propriedades antioxidantes, sendo utilizados em diversas
pesquisas científicas, em especial naquelas que concernem doenças do sistema
nervoso.
O mundo vegetal guarda mistérios
ainda desconhecidos pela humanidade, de forma que devemos continuar em busca de
novas utilidades para as plantas, porém sempre com a consciência de proteger o
ambiente.
Bibliografia:
Gupta, V.K., Sharma, S.K.,
2006. Plants as natural antioxidants. Nat Prod Rad. 5, 326-334.
Mathews, J.A., 2009. From
the petroeconomy to the bioeconomy: integrating bioenergy production with
agricultural demands. Biofuels, Bioprod Bioref. 3, 613-632.
Pantey, K.B., Risvi, S.I.,
2009. Plant polyphenols as dietary antioxidants in human health and disease.
Oxid Med Cell Longev. 2, 270-278.
Snell, K.D., Peoples, O.P.,
2009. PHA bioplastic: A value-added coproduct for biomass biorefineries.
Biofuels, Bioprod Bioref. 3, 456-467.



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